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(05 de Junho de 1970)
“O seu belíssimo timbre e excelentes qualidades vocais têm-lhe valido cartas elogiosas de Mestres, Maestros e Jornalistas, sendo já considerada pela imprensa como a “voz Lírica de Angola, ou Angola na voz de um Anjo!” (“Jornal de Angola”).
“A sua grande habilidade e capacidade vocal, associada a uma excepcional aptidão para executar instrumentos, dos clássicos aos étnicos, dão-lhe o estatuto de versátil. Sendo este um dos aspectos de Té Macedo que mais rapidamente salta à vista, não é o seu único traço distintivo. A artista corporiza ainda muito valor humano, tenacidade e uma simpatia de difícil mensurabilidade”.
(Excerto do artigo “Conversa com Té Macedo, por Nguvulu Makatuka, jornalista, subdiretor do “Jornal de Angola”, 2015)
“Sob o signo de “Prima-Dona” ou “Primeira-dama” é também a primeira marimbeira profissional vinda de um meio urbano, facto inédito, já que por questões de cultura e tradição, a marimba é um instrumento reservado aos homens.” (Té Macedo, Entrevista ao “Jornal de Angola”, 2015).
“Tê Macedo defende a criação de um Conservatório que desperte o gosto pela música nacional e o ensino dos instrumentos nacionais, valorizando a marimba, um instrumento que toca, na linha de continuidade do trabalho desenvolvido pelo seu pai, Jorge Macedo.” (Té Macedo)
Cantora Lírica
Benuína Maria da Rosa Macedo (Té Macedo), filha de Jorge Mendes Macedo e de Fernanda Faustino da Rosa Macedo, nasceu no Bairro Marçal, em Luanda. Os pais tiveram três filhos, sendo ela a filha do meio.
Té, é um diminutivo de Teresa, nome que o seu pai quis atribuir à filha, e Benuina é o nome da avó materna.
O pai de Té Macedo, teve formação clássica no tempo colonial, tendo-se formado posteriormente na Universidade de Kinshasa, em Etnomusicologia.
Um parêntesis, para referir que também foi Jornalista, escritor, desenvolvendo actividade literária intensa e foi ainda Director da Escola Nacional de Música de Angola, dedicando-se à investigação musical enquanto músico e compositor.
Em finais dos anos oitenta do século XX, Jorge Mendes Macedo instituiu o ensino da marimba, kissange e percussões na Academia de Música de Luanda.
Para compreendermos o despertar do seu gosto pela arte, não podemos deixar de referir, a influência que o seu pai teve na sua vida enquanto inspirador e incentivador.
A música sempre foi uma parte importante da vida de Té Macedo. Foi uma presença constante e inspiradora na sua trajectória musical.
Aos cinco anos começou a estudar ballet na Academia de Música de Luanda e aos oito anos passou a estudar piano.
Té Macedo cresceu num ambiente que estimulava o gosto pela música e, foi exposta a diferentes géneros musicais, fruto das tertúlias que aconteciam em sua casa desde criança.
Macedo conta que, mesmo antes de ir para a escola de música, tocava piano, mas de ouvido. Quando ouvia o pai tocar ou apreciava os acordes de uma música, pouco tempo depois era capaz de tocá-la com uma perfeição que impressionava quem a ouvisse. Esta habilidade foi desenvolvida
fundamentalmente em casa, com considerável ajuda de Eduardo Paim, tratado por Kambwengo no seio familiar, na altura hospedado em casa da família Macedo.
Iniciou os estudos musicais na Academia de Música de Luanda e o pai ensinava-a em casa. Entretanto, em 1986, recebe uma bolsa de Estudos da cooperação Portuguesa para frequentar o Conservatório de Música de Lisboa.
Estudou em simultâneo piano e canto. Começou como pianista e, entretanto, descobriu-se o seu talento para o canto.
Em 1992, o seu pai ensina-a a tocar marimba. Té Macedo usou este instrumento para unir os ritmos tradicionais angolanos com a expressividade do canto lírico.
Em África, a Marimba, é vista como um instrumento musical tradicional reservado aos homens. Pela tradição e cultura, as mulheres podem apenas dançar ao som dos instrumentos.
“Por questões de cultura e tradição, a marimba é um instrumento reservado aos homens, tem uma certa mística, o meio que a envolve e é transmitida de geração em geração de marimbeiros. Não é qualquer pessoa que toca marimba. Aquilo, funciona também como uma sociedade secreta. (afirmou Té Macedo, numa entrevista).
Em muitas regiões, a Marimba é considerada um instrumento sagrado, e o seu som é utilizado em cerimónias religiosas e rituais.
Para tocar Marimba, é preciso ter uma grande destreza e sensibilidade, pois cada nota é produzida por uma lâmina de madeira que deve ser tocada com precisão.
Para que uma Mulher a possa tocar, é exigido que a mesma respeite o código de boa conduta e referências morais.
Té Macedo desbravou um caminho, tornando-se a primeira Mulher e única em África que toca Marimba. É ainda a primeira cantora lírica de Angola.
O pai, Jorge Mendes Macedo, incentivou-a a dedicar-se a música, dando-lhe o apoio necessário para que desenvolvesse competências e reunisse condições para singrar neste caminho.
Foi reforço dos coros da Ópera do Teatro Nacional S. Carlos e do coro Gulbenkian.
1981 a 1986 – Enquanto aluna da Academia de Música de Luanda participou em recitais no Auditório da Rádio Nacional de Angola.
1986 – Apresentação no Cine Karl Marx, em Luanda, onde tocou a “Polonesa” de Oginskie a “Sonate K.545 1st Mov” de Mozart ao piano.
Gala de recepção de boas vindas do Presidente da República, José Eduardo dos Santos à NicolaeCeausescu, Presidente da Roménia, por ocasião da sua deslocaçãoa Angola.
1988 – 1992 – Frequentou a Juventude Musical Portuguesa.
1988 – Cantou em público pela primeira vez em Portugal na turma da professora Maria de Luísa Repas Gonçalves.
1991 – 1993 – Deu aulas no Colégio das irmãs Doroteias, na Obra Social Paulo VI, em Lisboa e na Escola Secundária de Castanheiras.
1996 –Realizou o Curso de interpretação vocal e dramática, ministrado por IleanaCotrubas e João Paez, Formação Básica de Jazz, pelo Hot Club de Lisboa.
1996 – Apresentou-se como solista, na Ópera o “Rigoletto” de Verdi, no Centro ACARTE, da Fundação Calouste Gulbenkian.
Té Macedo, criou o primeiro projecto Angolano Lírico de fusão, que consiste em transformar temas do cancioneiro angolano em música erudita. Foi feita a combinação da orquestra sinfónica com instrumentos tradicionais, adicionando uma forte componente lírica.
Té Macedo trabalhou neste projecto desde 1997, sendo finalmente gravado em Cuba, com a Orquestra Sinfónica Nacional. O projecto contou com a colaboração de Pablo Milanês, um cantor e autor renomado, e com as principais figuras da ópera cubana.
Té Macedo trabalhou com grupos, como os “Jovens do Hungo”, “Ngoma Makamba” e outros artistas, como é o caso de Bonga e do Valdemar Bastos, permitindo-lhe ganhar experiência e criar um cartão de visita próprio.
Ao longo da sua carreira, trabalhou com cantores líricos de renome internacional tais como: MonserratCaballe,TomKrause, da Escola Superior de Música Rainha Sofia de Madrid, Professora YvonneMinton, IleanaCotrubas, Liliana Bizineche, BaiborinaZouhkra, JillFildeman e Galina Pisarenko.
Trabalhou com as seguintes orquestras: Orquestra Sinfónica portuguesa, Orquestra Gulbenkian, Orquestra do Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga, Orquestra Sinfónica Nacional de Cuba, “SonurumConcentus” e Orquestra do Conservatório Nacional de Lisboa.
Tê Macedo foi ainda colaboradora do Coro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 2005 recebeu o Prémio Nacional de Cultura e Artes em Angola.
Fonte imagem: Página Oficial do Facebook de Té Macedo.
Recepção do Prémio Nacional de Cultura e Artes em Angola.
1. Maria Kandimba
2. Muxima
3. “ Kawana” Pop.
4. Mama Mywayayé
5. “ Monangambé” Autor António Fortunato (Tonito)
6. Xele
7. Ai Mama
8. “Umbi umbi” – Autor Filipe Mukenga (Versão Té Macedo)
9. Sr. António
10. Namguiriche
2011 – World Music Concert
Porto Editora – Jorge Macedo na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-03-28 22:31:37]
Página Oficial Facebook Té Macedo.
Blogue nguvulumakatuka – Conversa com Té Macedo.
Vários vídeos de entrevistas que me foram cedidos pela própria Té Macedo.
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